terça-feira, maio 27, 2008
por outras palavras
Eu era tu quando tu não sabias quem eras, agora que sabes quem és diz-me onde é que eu fui parar?
ou por outras palavras
eu amava-te quando não me amavas mas agora que me amas receio que só amava aquela que não me amava
ou por outras palavras
eu tive medo que não me quisesses quando querias outros e agora que me dizes que queres quero que sintas que mesmo não querendo possa querer outras
ou por outras palavras
o meu amor continua forte tentando enganar-me fazendo passar-me por fraco.
pic ~naken
sábado, maio 24, 2008
o jovem cantador
Num mundo ao lado no nosso,
do outro lado dos nossos olhos,
havia a terra de um povo cansado.
Eles eram nómadas que percorriam um só caminho
sem regresso, sem descidas,
montanhas perdidas,
com um céu sem horizonte.
Este caminho de almas abandonadas,
que subiam em fila indiana,
no meio de uma terra para lá da Esperança,
era unicamente animado
pelo jovem Cantador.
Tinha ele o apreciado dom,
de ser único a conseguir descer,
a única conversa dos viajantes,
a única cara que viam de frente.
Certo dia, no meio da correria,
o jovem vigoroso Cantador,
no meio do entusiasmo de vidas novas,
tropeçou e caiu num buraco chamado Dor.
Os viajantes que por ele passavam,
e que o viam inerte e sofredor
largavam uma lágrima, uma palavra,
e uma tristeza por não conseguírem parar.
As pernas não os deixavam ajudar.
E o jovem cantador,
finalmente fechou os olhos,
enquanto foi subindo acima do buraco Dor.
Quando os olhos foram abertos
pela mão de uma princesa
o jovem prontamente disse
“Ondes estão os nomadas, realeza?
Eu preciso deles para cantar,
Eu preciso do seu sorriso quando me vêem,
Eu preciso de lhes mostrar a minha força,
Para os fazer subir com a garra que não têm”.
“A tua força já se foi”- disse a princesa,
“Há muito que tua voz é murmúrio,
Tu só eras jovem, meu amor,
No caminho tortuoso das almas perdidas.
A tua alma jovem é bela,
aguentou-te na realidade,
mas os teus noventa anos,
pequeno príncipe,
trouxeram-te para terra da imortalidade”
quinta-feira, maio 22, 2008
quarta-feira, maio 07, 2008
Estranhos mundos modernos
onde no meu quarto posso estar fora,
ausente.
Estranhos mundos onde a imaginação gera as vossas caras,
onde são doces sem defeitos,
que me fazem sentir bem sem estarem perto.
Estranhos mundos de pensamentos em teclas,
onde a esperança pode ser concretizada num refresh,
onde sei o que pensam por ler o que sentem.
E agora que me preparo para ir para longe de casa,
aquela onde durmo,
prometo que estarem mais tempo presente nesta casa,
aquela em que sonho.
Dedicado a quem me veio ver e não me encontrou.