domingo, abril 29, 2007

desinspirado por uma desinspirada

Como combater a falta e inspiração?
Como dizer quando nada tenho para dizer?
será que vale a pena tentar?
Quando queremos e nada sai...
Quando sentimos e ninguém vê,
Quando rebentamos e estamos sós...
Quando tudo se desenvolve rapidamente dentro de nós que ficamos catatónicos....
a frustração enfurece.

Bolas!!!
Queria falar de amor e a unica coisa inspirada que consigo dizer é.."quero falar de amor".
Queria falar de companheirismo, e nada sai a não ser :"sei que existe"
Queria que todos soubessem que vou ficar por cá e nada mais do que um "Olá" consigo dizer.
Bolas... estou mesmo desinspirado.

sexta-feira, abril 27, 2007

só hoje




Podes tentar deixar de entrar nos meus olhos?
Podes tentar não dizer-me o que vês?
Deixa as tuas conclusões sobre mim guardados no teu desenho do meu ser.
E se não posso proibir de agires de acordo com o que a tua mente decide, posso pedir-te a incorrecção de a convenceres a mentir hoje ao teu coração.

Por hoje sou teu, e os teus olhos que me julgam,
serão fechados com o meu beijo.

E hoje, para ti, quero ser perfeito.

pic by sala-jin

terça-feira, abril 24, 2007

a trágica verdade do oitavo pecado


Primeiro quis ter-te só para mim,
Depois tive inveja por não seres minha,
Conseguiste irritar-me ao cativar-me e rejeitar-me.

Mas eu não sabia que....

Quando te revelaste despreocupei-me, deixei de me esforçar,
O facto de te ter ao meu lado deixou-me orgulhoso, até arrogante,
Cheguei a pensar que eu era mais importante só por te ter,
E tinha tudo, sei-o agora, mas queria mais, mais, mais.

Mas eu não sabia que...

Sete pecados mortais... e mesmo assim ficaste comigo...
mas não me perdoaste o oitavo... a ingnorância...

Nunca me perdoaste o facto de não saber que te amava.

pic by nikosalpha

7 PM: GANÂNCIA, INVEJA, IRA, PERGUIÇA ORGULHO, LUXÚRIA, GULA

domingo, abril 22, 2007

4 braços, uma mão





Por vezes basta uma palavra,
ou até um murmúrio,
para fazer a ponte de ti para mim.

E continuo à espera que fales,
que digas algo,
um simples som,
para saber que nesse segundo
estás atenta a mim.

Não tens mais palavras,
gastaste todas com o Adeus.

E às vezes desejo não conseguir ouvir,
para imaginar que estás constantemente a falar comigo.
e se não conseguisse falar, podias imaginar que dizia só as coisas certas.
E se tudo tivesse sido escuro,
eu teria acendido a luz,
se tudo tivesse sido dor,
eu teria um remédio,
se tudo tivesse sido guerra,
eu diria "perdoa-me, toma a minha paz",
se estivesses só,
diria "vem dançar".

Mas não, não foi...
Também foi beleza,
e emoção,
4 braços juntos,
uma só mão,
poesia descalça.
feita de paixão.
Foi alegria,
de coração aberto,
Magia,
em lábios sempre secos.

E agora falta uma palavra,
uma ponte,
e eu espero
que de repente,
um som que me abrace,
e me diga perto,
a palavra que já não sei...
"voltei".

pic larafairie

sábado, abril 21, 2007

Oráculo do Passado


Diz-me oráculo, vou sofrer muito no meu futuro?
Vou ficar doente, aqueles de quem gosto vão sofrer?
Diz-me oráculo, vou ser amado, vou amar incondicionalmente, vou sofrer com esse amor?
Diz-me por favor, vou-me decepcionar muitas vezes?
Quantas vezes vou chorar? por quem vou chorar?
Quantos anos mais vou viver?

"Não te posso ajudar... eu sou um Oráculo do Passado, apenas posso responder a perguntas sobre o passado"

Que estupidez... de que serve um Oráculo sobre o passado. Do passado já eu sei tudo. Eu quero é saber do futuro.

"Se não sabes nada do teu futuro, do que vais fazer no futuro, então és tão inútil como um Oráculo do Passado. Mas se souberes que vais fazer tudo para não sofrer, para que aqueles de que gostas não sofram, para amar incondicionalmente, para ser amado, para viveres uma longa vida, então sabes mais do que eu, e eu tenho algumas perguntas para ti."

pic blackeri

segue-a (um texto teu escrito por mim)


No meu eterno e improvável caminho para o esplendor,
fui capturada pela tribo dos inconsequentes,
que me embebedaram de incoerência,
e me sugaram a esperança.

Vivi desaminada,
disfarcei o abandono...
e esqueci-me de mim.

Quando a minha tribo,
feita pela solidão da minha alma,
decidiu que eu não valia mais a pena e abandonou-me,
senti um vazio... pronto a encher.

Foi mais ou menos nessa altura,
que tu, meu amor de longa data,
me disseste Adeus,
deixando à minha cabeceira,
uma simples frase:
"A liberdade passa por aqui, segue-a. Amo-te"

pic BenF

sexta-feira, abril 20, 2007

eu... o meu planeta


A Gravidade...
uma força que me leva a andar à volta da Luz,
mas nunca a toco.

Eu vejo ao longe outras estrelas,
maiores, mais pequenas,
novas e velhas,
como são atraentes,
como quero arriscar segui-las...

mas a Gravidade...
a Gravidade da atracção, meu sol,
não me deixa ir para longe de ti.

pic fluid-art

terça-feira, abril 17, 2007

um diferente ponto de vista


Num dia lindo uma sombra pousou sobre a minha cara, e lá ficou.
Como uma ilha sem sol,
um oásis de escuridão,
que me impedia de tocar as lindas pessoas que caminhavam ao sol.

Comecei a correr... o mais rápido que consegui
(e o mais rápido foi muito lento)
e a sombra acompanhou-me... sem esforço.

Os pés de uma menina chegaram ao pé de mim e disseram-me:

" se vives de pernas para o ar não consegues evitar o peso da sombra do teu corpo".

Nessa altura percebi que tinha o meu mundo do avesso.

pic acidicmilk

segunda-feira, abril 16, 2007

Nascer para fazer, dar e amar.



Algumas pessoas nascem para idealizar,
outras para fazer,
outras para ajudar os outros a fazer.

Algumas pessoas nascem para dar,
outras para receber,
outras para serem dadas.

Algumas sonham com Amor,
outras amam,
outras fazem sentir que outras amam outras.

Então se sentes que idealizas e não concretizas,
dás mas não recebes
sonhas mas não amas...

não desesperes...
ajudas os outros a fazer, a oferecer a sentirem-se amados.

e então nasces outra vez.

pic by nabey

domingo, abril 15, 2007

1º Combate

E a pluma veste a pesada armadura, monta o seu ponei branco e prepara-se receoso para a batalha. Ele não teve sorte com o seu primeiro adversário, um forte cavaleiro rude e impetuoso, que ganhou fama graças a sua ferocidade e destreza.

O grande oponente ataca com convicção, com sede de vitória. Momentos antes do embate a pluma perde a sua lança e num acto estranhamente tranquilo e poético abre os braços e olha para o céu... ao mesmo tempo que a lança o trespassa.

Como nem o objecto mais acutilante consegue ferir aquilo que não oferece resistência , a arma penetrante passa inofensivamente pela pluma, provocando o desequilíbrio do seu adversário.

Sem saber como a pluma obteve a sua primeira vitória, não compreendendo que a sorte foge de quem a merece apenas para aparecer quando mais se necessita.

sábado, abril 14, 2007

a sete sós

Preciso de ajuda a construir sete espelhos,
Para me reconhecer em cada ângulo.
Preciso que me ajudem a perceber
a magia que faz mudar.
Porque eu sou muito sós,
e vivo por muitas vidas,
tão dormente e displicente,
ansioso por surpresas.
Só assim conseguirei manter a sanidade,
e aquilo que vários de mim querem,
viver uma solidão a sete.
E se eu planeio, o segundo esquece,
E se eu peco, o terceiro perdoa,
e se eu amo, o quarto tem cíumes,
se eu choro, o quinto levanta-me,
se eu escrevo, o sexto apaga,
se eu penso em olhar o mundo...
o sétimo fecha porta.

ele quer ficar só... a sete sós.

não sou má pessoa (1995)

Este texto foi escrito há 12 anos. Estranho ... parece ter sido escrito por outra pessoa.



Gold Strike a correr por dentro
Olhos vermelhos à espera do destino
Veias ferventes em "banho maria"
Estou tão bem que a minha mãe não me reconheceria

Sem medo, enfrentando tudo de frente
Perdido no meio de toda a gente
à espera que me possas encontrar

Puxa com força,
desenterra a minha âncora
Leva-me, põe-me a voar

Vá lá meu amor,
tu tens de me encontrar
estou pronto a embarcar no comboio do teu transtorno
a ver tudo ficar para trás
sem bilhete de retorno.

Sem medo, dançado no precipício
se cair para trás a salvação é fictícia
Aí vou eu, dançando a voar
Vá lá meu amor, vem-me salvar.


Meio-dia, chegou a hora de partir
Vou enfrentar-vos todos a sorrir
Desisto meu amor, de esperar por ti,
Convenci-me que esperas por mim.

Aguenta um bocado, vou no meu alazão
Deixei para trás as olheiras forçadas
o brilho no olhar desvaneceu-se
Chegou a hora de seres amada.

Deixa-me despertar,
Deixa-me sentir na pele o vento,
Sei que vou viver para sempre,
mas só durante algum tempo.


pic: gilad

sexta-feira, abril 13, 2007

vós

Para ti que me compreendeste no primeiro suspiro
Ou para ti que te intrigaste pelo meu olhar.
Para quem por mim passa e sente que não se limitou a passar,
e também simplesmente sabe,
e é indeferente ao saber que não se sente.
Para quem me vê quando me lê,
para quem sorri com um texto brincalhão,
ou morde a língua com as minhas palavras melancólicas...

Para vós, e não para mim... este é o meu post 200....um ano depois.

quinta-feira, abril 12, 2007

cançao antiga à pureza de um Não


Sempre com um sorriso,
sempre original,
uma palavra é o só o que precisas,
para libertar algo especial.

Moves-te dançado,
olhas-nos esperando
que olhemos para ti,
porque tens uma parte de ti para dar.

E és capaz de chegar de braços abertos,
indefesa, completamente nua
e eu adormecido desperto,
sentindo a vontade de te ter por perto.

Mas minha querida,
tudo que és pode ser em vão,
porque um dia hás-de ranger os dentes
se não aprenderes a dizer "Não".

E compreende que te digo
com a doce esperança que me dás
não deixarás de ser maior que o mundo,
porque pureza como tu não há.

pic mehmeturgut

quarta-feira, abril 11, 2007

Ar - te


Tu sabes ser especial
sabes pintar um segundo no meu olhar,
musicá-lo no meu semblante.

Tu sabes amar com gosto
tocar com sede
fazer da minha pele sal,
e temperares-te com ela.

Tu sabes desanhar o meu rumo
que sigo sem olhar,
porque os teus 100 olhares,
são lei irrevetente.

E tu és ar
que me faz suster a respiração
quanto te sinto dentro de mim.

És fogo laranja
largando sinais sem vento
e eu consigo entender-te...

Tu és real
como as tuas promessas
de vivermos a sós.

És irreal
como a paixão que nos devora,
embrulhada em lençois.

Beijos ... my miss you.

pic cisya

domingo, abril 08, 2007

um mais um igual a eu


(a matemática de um solitário)

Como sei se sou bom,
se faço o bem,
se estou a melhorar,
se vou chegar lá,
sendo só um?

Será que preciso de alguém que me diga
que sou mau,
que faço mal,
que estou cada vez pior
que assim não vou a lado nenhum?

Seré que se alguém criar muros,
e ajudar a elevar-me,
colocar-se no meu caminho,
e correr comigo,
a desilusão transformar-se-á em realização?

Basta uma pessoa para pensar,
para falar,
para decidir,
para agir,
para chorar.

São precisas duas para conversar,
para apoiar,
para rir,
para abraçar,
para acompanhar.

um mais um igual a eu.


pic PDofA

terça-feira, abril 03, 2007

Vai



Corri sem parar, fiquei cansada
Corri para ti, fiquei admirada
Corri sem ti, fiquei revoltada
Corri para longe, fiquei abandonada.


Quero mais de nós, deste menos

Quero tudo, deste-te todo

Quero ser feliz, deste a tua felicidade

Quero viver, deste promessas.


Vou à procura de alegria, volto tarde

Vou sonhar sozinha, volta tarde

Vou sentir os teus lábios, antes que fique tarde.
Vou abraçar a esperança, porque já é tarde


vai... que ficas sempre...

pic WinterWish

segunda-feira, abril 02, 2007

sábado à noite

No sábado cheguei a casa, depois de uma noite de excessos,
de exagerada comemoração de não sei bem o quê,
onde o álcool ditou as suas leis, e eu bem comportado... segui-as.

Como normalmente lembrava-me de quase tudo o que tinha acontecido,
embora algumas realidades tivessem mascaradas de irrealidade.

Hoje ao chegar a casa revirei os papeis e notas amachucados
que tinha depositado em cima da mesa de cabeceira quando cheguei a casa depois da noitada.

Encontrei em péssimo estado uma conta de gasolina, que tinha algo escrito atrás.

Não me lembrava daquilo, quem será que tinha escrito? quando?

à medida que fui lendo mais surpreendido fiquei:

"Foi a primeira vez que te vi,
gostei do que vi,
espero nunca mais te ver..."

felizmente assinei o texto antes de o colocar no meu bolso.

Romanceando (foi)


Estava completamente escuro...
todas as luzes brilhavam sozinhas recusando iluminar-me.

Aos encontrões a cambalear fui de encontro a ti.

Começaste por mostar o ombro, e tocaste com os lábios benzendo-me.

Só e esperançado pedi mais... e tu deste.
Foram só horas que duraram dias, foi um mundo descoberto de projecções passadas,
de esperança, que muito querer.

Foi um longo adeus tão inevitável como a noção de que nunca mais te iria perder.

pic Liester