terça-feira, dezembro 26, 2006

Distraído (azeret)


Estava eu como uma rocha. Sólido.Inerte.Inamovível. E as tuas palavras doces fluiam como um rio à minha volta, sem parar, contornando-me, banhando-me, acariciando-me violentamente.
E ao mesmo tempo macias. Da tua boca saiam setas de seda, que procavam arrepios, mas que não me faziam mexer.
E um dia desististe. Era previsível. Era necessário.

Queria dizer-te que devias ter ficado. Que não assististe ao resultado do teu esforço.
Pouco tempo depois de ires, a rocha começou a ceder, e invitavelmente partiu-se.
E fluiu à tua procura.

pic lidarman

1 comentário:

Maria disse...

Fragmentos de uma estória:

Parei no meio da estrada e não reconheci nada em volta. Entrei em pânico, quis voltar para traz, para o lugar de onde guardava saudade.
Não encontrei um caminho directo de regresso, segui por trilhos pouco definidos, passei por encruzilhadas… e cada vez me sentia mais longe do ponto onde queria regressar.
Já completamente perdida, resolvi parar. Com o tempo procurei descobrir o que havia em volta do lugar onde me encontrava. E foi nessas voltas que encontrei o melhor lugar do mundo. Assim, inesperadamente.

1 beijo enorme sentidor.