segunda-feira, março 03, 2008

magoado


Se o tiras do aconchego do teu peito,
colocas numa frágil jarra de cristal,
cego pelas luzes que fazem dele belo,
entusiasmado por conseguires tocá-lo,
pedes uma resistência que o teu coração não tem.

Se ainda assim, o entregas,
confiante que está em boas mãos,
e tiras os olhos dele porque só olhas para o de outro,
pensas que consegues viver longe dele,
mas pedes uma independência que o teu coração não tem.

E no fim quando o tentas repor,
e sentes uma dor anteriormente anestiziada por paixão,
como se ele fosse um estranho,
como se tivesse desaprendido de bater,
como se tivesse descoberto uma razão maior para viver,
pensas que não mais será o mesmo,
porque pediste uma racionalidade que um coração nunca terá.

pic Rimfrost

4 comentários:

nOgS disse...

Nunca o largues... Cuida de ti também.

abraço forte:)

Unknown disse...

Poucas vezes cheguei a um blog tão bonito como o seu. Tão bom, tão agradável. Voltarei muitas vezes se aqui me acolher.
Depois me apresentarei a você, não agora por ser bem tarde e precisar dormir.
Um grande abraço a você que me fez bem feliz.

Meire Eloisa

LB disse...

Por vezes ler-te é como ouvir-me ...

S. disse...

Haverá esperança para esse coração após o fim?

Extraordinária descrição do que acontece ao órgão GPS dos nossos actos.

Bjo*