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Eu vou crescer,
"Não é preciso tocar na tua pele para beijar a tua alma" Jie-Tzu
Quando consigo sair do mundo da imaginação, o mundo irreal
Onde trabalho 14 horas por dia, sonho com o dia seguinte,
Vivo para o que me falta fazer,
E dedico pouco tempo a quem me tem de corpo e alma,
Entro na realidade da minha vida em banda desenhada.
A realidade tem muito menos personagens que a imaginação,
é muito mais selectiva, muito mais aconchegante.
Na minha realidade em bd os sorrisos ficam eternos em quadrinhos,
os momentos menos importantes demoram milésimos enquanto passo para o quadradinho colorido do lado.
E como são interessantes as personagem reais da minha vida desenhada:
são almas e não corpos, são auras, são paixões,
os meus amigos são gatos e cisnes, unicórnios e príncipes...
os orgres e monstrinhos foram cortados pelo editor.
A minha banda desenhada é azul,
Azul princesa... azul das cores de um céu inesquecível.
E quando tiro os pés do chão e vôo para a imaginação de um dia-a-dia sem tempo,
levo sempre no bolso os rascunhos da minha vida desenhada.
Pic: Fables... uma grande bd
O tempo não é razão para justificações,
Ele não espera, não pára,
Nunca devemos estar dependentes dele,
Nunca devemos justificar-nos por ele...
por ele não ter esperado que o aproveitasse de outra forma...
para que pudesse voltar sem nunca ter estado ausente.
Para mim foram minutos...
por mais tempo que o tempo me abrace.
Esta é a minha pequena vitória.
Vou-me enganado hoje sabendo que para mim ainda ontem aqui estive,
e continuarei a fazê-lo até o tempo me mandar embora.
pic ~r-a-b-i-d
Há muitas vezes a ilusão de que existe o teu mundo e o outro grande mundo,
A tua vida e as vidas que merecem ser vividas.
Que o amigo, o vizinho, o actor, o heroi,
Aqui ao lado, noutra terra, noutro continente ou noutro filme,
Marcam as diferença, têm a diferença, buscam a diferença, são a diferença.
O teu mundo é o outro mundo de outros,
A tua vida é a grande vida de alguém,
E tu serás sempre o heroi de alguém.
Às vezes deixas que o teu mundo minimize quem nele habita:
Um feito de um amigo pode não ser tão especial porque é teu amigo, do teu mundo,
E não do outro mundo onde outros são grandes.
O talento do vizinho é grande…mas à escala do universo pequeno em que queres viver.
Ouve!
Todos são especiais, todos são muito especias, todos são tão especiais como os outros,
Todos fazem e são a diferença.
O teu universo é gigante, os teus horizontes não são míopes,
E tua ambição é do tamanho do teu coração.
Vive uma vida excepcional, a tua vida é excepcional,
Vive-a, não vivas a dos outras, não sonhes os sonhos outros,
Não comas o gosto dos outros, não ames como os outros.
A grande diferença que tens em relação aos outros é que és tu,
E eles nunca o conseguiram ser!
Usa isso para fazer a diferença.
A vida é cheia de supresas.
Grandes e pequenas.
Podemos esquecer-nos do dia-a-dia que fazemos durante anos,
Podemos esquecer-nos da cara da pessoa que todos os dias nos vende o pão,
Mas dificilmente nos esquecemos da surpresa que nos fez explodir, que nos deu uma banho de adrelania ou de felicidade... que nos fez sentir enormes. Essas são as grandes surpresas.
Eu adoro as pequenas.
As pequenas supresas são para o olhar atento.
precisam de uma porta aberta para entrar,
são comida sem sabor que só come quem tem fome...
e como é saboroso um pão na boca de um faminto.
Todos os dias podem encontrar uma pequena surpresa,
Como uma frase sábia perdida no jornal que passa ao lado dos senhores da porta fechada,
mas motiva um sorriso e dedicação para os famintos...
quantas vezes uma frase perdida me fez sonhar, sentir, ignorado o suplemento económico.
Um sorriso é um pequena surpresa, um piscar de olho também... um bom dia ao fim da tarde, um exemplo de coragem, uma paz com a vida, uma criança na sua pureza.
Acredito que as grandes surpresas tornam as nossas vidas especiais, as pequenas surpresas tornam-nos especiais.
pic:
A lonely number like root three
The three is all that’s good and right,
Why must my three keep out of sight
Beneath the vicious square root sign,
I wish instead I were a nine
For nine could thwart this evil trick,
with just some quick arithmetic
I know I’ll never see the sun, as 1.7321
Such is my reality, a sad irrationality
When hark! What is this I see,
Another square root of a three
Has quietly come waltzing by,
Together now we multiply
To form a number we prefer,
Rejoicing as an integer
We break free from our mortal bonds
With the wave of magic wands
Our square root signs become unglued
Your love for me has been renewed"
David Feinberg
Um dia quero ser Pai…
Até lá vou vivendo como sempre fiz, com a intensidade de um tornado, as chamas do meu inferno pessoal e os olhos no céu que me obriga a voar.
Tenho 34, quase 35, mas o meu corpo parece ter 50.
O cabelo falta-me, em resultado das vezes que o puxei num poético desespero e das inúmeras carícias dadas por quem me aconchegou a alma.
Fiz pouco exercício e o meu corpo ressente-se, mas o meu coração tem músculo de atleta, correu maratonas atrás da esperança de um amor, sprintou de paixão para cortar a meta, levantou todos os pesos que a dor lhe colocou às costas… e nadou… nadou em estilo livre pelas lágrimas que lhe fui colocando no caminho.
Já parti ou desloquei todos os dedos das mãos, parti a cabeça 5 vezes, 2 delas no último mês. Parti o coração ainda mais vezes, mas mostro as cicatrizes com orgulho. Nunca amaldiçoei quem me beijou, pois tenho a sorte de recordar sempre as carícias e o lábios, e nunca os gritos e a tristeza.
Dancei… Dancei mal de todas as formas possíveis… Dancei livre de todas as formas possíveis.
Amei por segundos, amei para sempre, a eternidade num minuto e aquele amor que nunca fugirá.
E quero ser pai... e quero continuar a sentir… sentir sempre.
pic: euA minha mente atrofiada em pensamentos constantes arranja sempre razões para levantar dúvidas sobre mim.
A minha aceitação do presente na esperança de descobrir a pólvora no dia seguinte não permite dizer “estou bem”.
Acho que nunca estarei bem, acho que o meu instinto sonhador mais facilmente responderia “amanhã estarei óptimo, mas hoje estou pior do que amanhã”.
Questiono-me tanto que acho que sei de mim menos do quem me acabou de conhecer. Tenho mais perguntas a fazer-me do que a curiosidade de estranhos.
Sou mesmo estranho.
“Como estás Rui?”
Num mundo ao lado no nosso,
do outro lado dos nossos olhos,
havia a terra de um povo cansado.
Eles eram nómadas que percorriam um só caminho
sem regresso, sem descidas,
montanhas perdidas,
com um céu sem horizonte.
Este caminho de almas abandonadas,
que subiam em fila indiana,
no meio de uma terra para lá da Esperança,
era unicamente animado
pelo jovem Cantador.
Tinha ele o apreciado dom,
de ser único a conseguir descer,
a única conversa dos viajantes,
a única cara que viam de frente.
Certo dia, no meio da correria,
o jovem vigoroso Cantador,
no meio do entusiasmo de vidas novas,
tropeçou e caiu num buraco chamado Dor.
Os viajantes que por ele passavam,
e que o viam inerte e sofredor
largavam uma lágrima, uma palavra,
e uma tristeza por não conseguírem parar.
As pernas não os deixavam ajudar.
E o jovem cantador,
finalmente fechou os olhos,
enquanto foi subindo acima do buraco Dor.
Quando os olhos foram abertos
pela mão de uma princesa
o jovem prontamente disse
“Ondes estão os nomadas, realeza?
Eu preciso deles para cantar,
Eu preciso do seu sorriso quando me vêem,
Eu preciso de lhes mostrar a minha força,
Para os fazer subir com a garra que não têm”.
“A tua força já se foi”- disse a princesa,
“Há muito que tua voz é murmúrio,
Tu só eras jovem, meu amor,
No caminho tortuoso das almas perdidas.
A tua alma jovem é bela,
aguentou-te na realidade,
mas os teus noventa anos,
pequeno príncipe,
trouxeram-te para terra da imortalidade”